2023-10-18

À CONVERSA COM DANIEL FERREIRA, ENCARREGADO GERAL DE ESTOFOS

Descubra como se garante o conforto Laskasas

Acompanhe-nos durante esta conversa com Daniel Ferreira, o responsável por garantir a qualidade dos estofos Laskasas, além da qualificação e organização da equipa que os produz.


Há quanto tempo estás na Laskasas? 

Eu estou na Laskasas desde 2008. Na altura era na Domkapa, ainda não existia a secção de estofos na Laskasas. 

Desde aí só estive fora da empresa por um ano. Depois o Celso propôs-me regressar à empresa para iniciar a secção de estofos da Laskasas. Quando se iniciou, o espaço era pequeno. Era só eu e mais duas pessoas que não sabiam nada de estofos.

E foi assim, a secção de estofos da Laskasas nasceu e foi crescendo com pessoas que aprenderam cá. 90% da minha equipa atual aprendeu tudo cá.


Daniel Ferreira a trabalhar o Cadeirão Cosy Laskasas
Daniel Ferreira a trabalhar o Cadeirão Cosy Laskasas


Como é gerir uma equipa tão grande? 

É o mais complicado. É preciso tomar uma decisão consciente, para o bem ou para o mal, e saber quando arriscar. Lidar com todos os problemas e essa tomada de decisão foi o que me custou mais a ultrapassar no início.

Mas considero que tenho uma boa equipa. Como quando entraram eram todos novos e aprenderam comigo, criou-se confiança. E por isso eu conseguia levá-los comigo a trabalhar onde fosse preciso. 

Muitos destes jovens são ambiciosos, tentam sempre trabalhar mais e melhor. Sempre abertos a explorar e a aprender. Propõem processos diferentes e muitas vezes encontram melhores formas de fazer as coisas. São bons profissionais.

Há um que já está cá há muito tempo, ainda antes da remodelação da fábrica. E o Celso, todos os dias de manhã, “implicava” com o rapaz. E eu dizia: “Era pior se ele visse e não dissesse nada. Era porque não dava valor. Se ele implica contigo é porque vê potencial para mais.”

Hoje considero-o um dos melhores estofadores que tenho aqui. No início a postura dele era totalmente diferente, era mais desleixada. E era por isso que o Celso apertava com ele. Porque em termos de trabalho ele faz tudo. Faz de serralheiro, marceneiro, estofador, faz de tudo. E hoje em dia é dos melhores que temos.


Daniel Ferreira a garantir medidas e especificações de produto
Daniel Ferreira a garantir medidas e especificações de produto


Qual a peça mais difícil de produzir? Ou qual a técnica mais difícil?

As peças que mais me tiraram o sono, foram o Sofá Wellington e as Cadeiras Dale

Nessa altura houve uma grande mudança na empresa e no produto que apresentamos. Peças curvas e assimétricas não funcionavam bem. Durante o processo de produção fomos nós a alterar o casco, fizemos um bocado de marcenaria ali nos estofos.

Estas são peças simples, têm uma linguagem visual limpa. E a dificuldade surgiu aí. Depois de prontas parecem fáceis: não têm botões, pregas ou almofadas com fechos, têm uma imagem limpa. Conseguir isso é a parte difícil.


Achei que as peças mais difíceis fossem as que envolvessem o ponto de Capitoné.

O Capitoné não é complicado. É trabalhoso e demora tempo. Aqui a dificuldade só surge no tipo de tecido ou pele que estamos a usar. Quando trabalhamos com pele, demora e magoa. No fim do dia já não se sentem os dedos. Não é uma questão de haver dificuldade em fazer a peça, mas dá muito trabalho.


Quais são as tuas peças preferidas? 

A Cadeira Dale e o Sofá Wellington são as minhas peças preferidas. As coleções que vieram a seguir tem peças bonitas e que gosto, mas estas ficaram-me. Fizeram-me crescer porque foram um desafio enorme.


Lembraste da primeira peça que produziste cá?

Eu acho que foi uma Cadeira Amour. Isto mesmo no início, mas ainda é uma das peças que a empresa mais vende. Todas as semanas estamos a fazer estas cadeiras.


Onde é que te imaginas daqui a 10 anos?

É uma pergunta difícil. Tenho dois estados de espírito. O primeiro seria estar aqui, mas com o dobro ou o triplo da produção que se tem hoje. Com muito mais capacidade produtiva.

E tenho outro, que é ter um projeto meu. Sempre tive essa ideia, mas nunca o fiz. Sempre tive a ideia e vejo o Celso como um mentor e um exemplo. Eu tenho 34 anos, mas quando vim para cá tinha 18. Era um menino e bebi muito do que ele fez e faz. Nem todos nasceram ou têm capacidade para isso, porque não basta ser bom profissional. É preciso a outra parte, a visão e aquele sétimo sentido que eu costumo dizer que ele tem. Não é o sexto, é o sétimo. 


Daniel Ferreira a garantir qualidade e especificações no Sofá Wellington
Daniel Ferreira a garantir qualidade e especificações no Sofá Wellington


Como te sentes ao saber que pessoas por todo o mundo possuem peças que passaram por ti e pela tua equipa? 

Atualmente é fácil vermos isso nas redes sociais, e é com uma enorme satisfação e orgulho. Às vezes vê-se autênticos palácios. Casas onde, além da arquitetura do espaço, as nossas peças são a personagem principal. E isso transmite confiança na marca “Made in Portugal”. Sempre apreciamos muito isso, que a marca é portuguesa. Não é espanhola, não é italiana, não é francesa, …. É Portuguesa. 

E ver mercados estrangeiros, onde a exigência é muito grande, a escolherem peças Laskasas para serem as personagens principais dos seus espaços é um orgulho.

E as pessoas gostam de ver. Os trabalhadores gostam de olhar para as casas e poder dizer “Fui eu que fiz isto”. Nota-se o orgulho.


Para acabar, o que é conforto para ti? Como defines conforto ou onde te sentes mais confortável? 

O conforto na vida está no desconforto que ela nos apresenta. Se estivermos muito confortáveis, não estamos a viver. Temos que estar desconfortáveis para irmos atrás do conforto. É isso que nos faz crescer, profissionalmente e pessoalmente.



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