2024-05-08

À CONVERSA COM JOANA MARQUES, FUNDADORA DA DISARCH

O sonho, a jornada e os conselhos de uma Arquiteta, Designer de Interiores e Empreendedora

Acompanhe-nos nesta entrevista exclusiva com Joana Marques, arquiteta, designer de interiores e fundadora da Disarch. Desde os 18 anos que sonhava ter a sua própria marca, e este sonho tornou-se realidade com a criação da Disarch, um atelier já bem estabelecido e conceituado nestas áreas.



Sempre sonhou em ser arquiteta e trabalhar com design de interiores? Ou foi algo que descobriu com o tempo? 


Desde que eu me lembre, desde pequena, que eu adorava desenhar e quase todos os meus desenhos eram virados para casas. Fazer casas, pintar casas… gostava muito.


À medida que cresci fiquei a gostar muito de jogar Sims. E dedicava muito tempo a fazer casas e a decorá-las. Então pensei “eu quero fazer isto!”.


Então, sim, acabou por ser uma coisa que eu sempre quis. E formei-me nisso. Para mim nunca houve outra opção. Consegui ir para aquilo que eu sempre idealizei.


Fundadora da Disarch - Arquiteta e Designer de Interiores Joana Marques
Arquiteta e Designer de Interiores Joana Marques, Fundadora da Disarch



E o que a levou a fundar a Disarch? 


Mas eu sempre quis fazer algo para mim, sempre quis empreenderTalvez porque quase toda a minha família é empreendedora, tem os seus próprios negócios. Nenhum deles na área de construção, arquitetura ou decoração de interiores. São trabalhos completamente diferentes.

Então, antes de iniciar a faculdade criei uma página no Facebook. Andei a pensar muito no nome e cheguei a “Disarch” pela junção de design e arquitetura.


Eu gostava muito de fazer estacionários, essa parte do design interessava-me, e era isso que eu publicava na rede. 


Fiz o estágio num gabinete em Lisboa, acabei por ficar durante cinco anos e fui crescendo. Fui aprender, não só arquitetura, mas design de interiores, decoração e também um pouco de contabilidade. Ganhei muitas ferramentas para que pudesse sair e tentar criar algo para mim


O que me impulsionou a fundar a empresa foi mesmo a minha vontade de querer fazer a minha arquitetura. Com os meus projetos, a minha marca, as minhas características e as minhas ideias.


Espaço Exterior em Projeto de Decoração de Joana Marques, Fundadora da Disarch, Arquiteta e Designer de Interiores
Espaço Exterior em Projeto de Decoração de Joana Marques, by Disarch



No meio desse processo, da missão em criar algo seu, quais foram os principais desafios?


Inicialmente, começar sozinha.


Começar sozinha não é fácil porque tive que arranjar fornecedores. Muitos falharam, e um fornecedor falhar significa que nós vamos, inevitavelmente, falhar com o nosso cliente. É muito mau, é penoso, e eu percebo que haja muita gente que desiste nesse processo. Mas é continuar a procurar servir o cliente da melhor forma.


Esse foi o grande desafio, foi procurar fornecedores, ter que responder a todos os clientes, ter que fazer orçamentos, tomar conta da contabilidade, de desenhos técnicos, visitas à obra… Era tudo eu que fazia sozinha e era complicado. 


Tivemos que aumentar a equipa, arranjar pessoas que ficassem alocadas a essas áreas. E assim foi crescendo.


Fundadora da Disarch - Arquiteta e Designer de Interiores Joana Marques

Sala de Estar em Projeto de Decoração com Joana Marques, by Disarch



No seu trabalho e identidade, quais são as principais inspirações? As principais referências? 


Eu tenho algumas referências nacionais, mas as internacionais são mais, confesso. Hoje em dia, com a tecnologia, é mais fácil acompanhar o trabalho dos colegas, nacionais ou internacionais. Eu poderia dizer grandes nomes de arquitetos nacionais, mas são mais tradicionais. Não é tanto o meu estilo. 


Eu sigo muito uma arquiteta e designer russa, a Alexandra Fedorova. Ela tem uma arquitetura incrível. Tem um requinte magnífico que eu gosto mesmo muito.


A minha primeira referência para a arquitetura foi a arquiteta Zaha Hadid, ela é completamente diferente. Eu achava-a excecional, era diferente, era fora da caixa. Era algo inovador, muito inovador. Ela estava muito à frente. 


Alexandra Fedorova e seu projeto de decoração e arquitetura, Zaha Hadid e seu projeto de arquitetura

Alexandra FedorovaZaha Hadid e respetivos projetos de arquitetura



Dentro dos vários estilos de decoração, qual é o seu preferido? Aquele que se identifica mais?


Existem muitos estilos diferentes. Para mim, é um pouco complicado responder, porque depende do cliente. Temos clientes que adoram um estilo nórdico, ou minimalista, moderno, rústico… estilos diferentes. 


Dá-me muito prazer fazer um estilo mais contemporâneo e um estilo também minimalista. Ou seja, ter mais a funcionalidade na decoração e depois é o desafio de aliar a estética. Nós temos que ter a estética e a funcionalidade. Eu diria que me revejo muito com o contemporâneo.


Também gosto muito do estilo rústico, porque valoriza ali os materiais mais naturais. Acho muito bonito.


E depois lá está, nós podemos fazer mistura de estilos, o que também é muito interessante.  O contemporâneo com o rústico, por exemplo, dá resultados muito interessantes. 


Portanto, é difícil de eleger um que eu diga que é o meu favorito.


Sala de Estar e Sala de Jantar integradas em Projeto de Decoração de Joana Marques, Fundadora da Disarch, Arquiteta e Designer de Interiores

Sala de Estar com Sala de Jantar integrada em Projeto de Decoração de Joana Marques by Disarch



Como se mantém a par das principais tendências, daquilo que está a acontecer no momento?


Muito de redes sociais. Eu consumo, por exemplo, Archilovers e outras páginas de arquitetura com vários projetos de diferentes arquitetos. O mesmo para a decoração. No que toca a decoração também vejo muito as tendências apresentadas nas feiras


E nas redes sociais acompanho os colegas de trabalho e vejo as tendências que eles estão a praticar.



Como conseguem conjugar a estética e funcionalidade dos nossos projetos? 


Geralmente, desde o início o cliente que nos pede logo uma casa funcional.

E geralmente querem arrumação para tudo. Que as suas coisas estejam bem organizadas e muito bem separadas. 


Enquanto arquitetos, tendo alguma sensibilidade e experiência, ouvimos muito o cliente e aquilo que eles acham que está errado nas casas atuais, que querem ver melhorado. Daí nós partimos para o desenho técnico, estudamos e tentamos organizar o espaço da melhor forma possível. Apresentamos ao cliente, para ver se está de acordo. Depois, e essa parte é muito importante para nós, a estética acaba por ser um complemento.


Ou seja, nós primeiro estudamos a funcionalidade, desenhamos nesse sentido e a estética será estudada depois. Eu diria que parte deste princípio, funcionalidade e depois estética


Casa de Banho em Projeto de Decoração de Joana Marques, Fundadora da Disarch, Arquiteta e Designer de Interiores

Casa de Banho em Projeto de Decoração de Joana Marques by Disarch



Qualquer pessoa que entre na vossa página de Instagram vê bastantes influencers, como começou esse processo? 


Eu não era muito dada às redes sociais. Eu só tenho Instagram há cerca de quatro ou cinco anos. Foi um bocadinho tarde, mas não em mau tempo.


Então, houve uma vez que estava a ver as histórias da Helena Coelho. E vi que ela tinha adquirido uma casa nova. Decidi mandar-lhe mensagem a perguntar se ela estava interessada no nosso serviço. Felizmente ela viu, aceitou e marcou uma reunião connosco. 


Então, compilei um portefólio, entreguei à Helena e ao seu marido, ao Paulo. Eles gostaram muito do trabalho, deram essa oportunidade e começamos a trabalhar com eles. 


Foi um pouco de sorte, que às vezes também é preciso. Foi um bom timing. Eles foram super acessíveis, muito simpáticos e muito prestáveis.


Depois, os outros influencers, muitos vieram ter connosco muito graças ao passa-a-palavra entre eles. E foi assim que conseguimos e ganhamos nome.


Sala de estar e Sala de jantar de Helena Coelho, Projeto de Decoração da Laskasas com Joana Marques, Fundadora da Disarch, Arquiteta e Designer de Interiores

Sala de Estar eSala de Jantar do Projeto de Decoração de Helena Coelho, by Disarch com Laskasas



Tendo pouco tempo para as redes sociais, qual era a principal fonte de clientes?


Embora não tenha muito tempo para a sua gestão, as redes sociais são o principal meio de comunicação e a principal fonte de clientes. 


Os influencers com quem trabalhamos ajudam-nos a divulgar o trabalho, e depois é o passa-a-palavra entre clientes.


Normalmente os clientes ficam satisfeitos com o nosso trabalho e quando sabem de alguém que precisa de um projeto, de decorar um espaço, redirecionam para a Disarch pela boa experiência que tiveram.



Vocês identificam-se com o estilo da Laskasas? O que se destaca na marca?


Sim, até porque nós propomos Laskasas para os projetos de decoração de muitos clientes com quem trabalhamos.


Aliás, eu já conheço a Laskasas desde a minha adolescência, por familiares e amigos consumirem, e sabíamos que a qualidade era muito boa.


Acho que o design tem muito requinte, é mesmo muito elegante, e é isso que tentamos dar aos nossos clientes. Então propomos sempre e é claro que a gente se revê nisso, porque senão não sugerimos. 


Sala de estar e closet de barbara corby em Projeto de Decoração da Laskasas com Joana Marques, Fundadora da Disarch, Arquiteta e Designer de Interiores

Sala de Estar e Closet no Projeto de Decoração de Barbara Corby, by Disarch com Laskasas



De todos os projetos que vocês realizaram até agora, há algum de destaque que tenha guardado no coração?


É difícil responder.

Enquanto apenas arquiteta eu tive um projeto que gostei muito de participar, foi um Lodge para Angola. Foi um projeto mesmo gratificante, porque eu tive a liberdade de conceber as tipologias, de forma livre, de participar de forma ativa no projeto e era algo completamente diferente, para um país diferente, com um propósito muito interessante. 


Já a trabalhar na Disarch, é difícil de escolher, porque cada cliente acaba por se tornar especial. Nós lidamos tanto tempo com o projeto, a decoração e a finalização da obra que este processo pode demorar alguns meses. E criámos uma relação quase de amizade com o cliente. Acabamos por entrar na vida das pessoas, pelo que acho que todos os projetos que fizemos são especiais. Sabemos que os clientes ficaram contentes e satisfeitos, foi entregue aquilo que eles pretendiam, e nós ficamos felizes por eles. 


Talvez aqueles que nos dão mais gosto são reabilitações de edifícios. Por exemplo, recentemente fizemos uma reabilitação de um apartamento no prédio centenário, no centro de Lisboa. Manter características do edifício para contar a sua história no futuro é muito interessante. 


Fundadora da Disarch - Arquiteta e Designer de Interiores Joana Marques

Designer de Interiores e Arquiteta Joana Marques, fundadora da Disarch



Qual seria o seu conselho para alguém que está a entrar na área de arquitetura, decoração de interiores ou que quer entrar no mundo do empreendedorismo?


Acho que, se for mesmo aquilo que querem, que devem seguir esse caminho.


Eu lembro-me de me ser dito, e aos meus pais, na altura que entrei para a arquitetura: “Ah, isso não tem saída. Não, não há emprego. Portugal é muito difícil…” De certa forma, isso deu-me mais motivação para querer fazer aquilo, para mostrar às pessoas que realmente é possível praticar essa atividade. 


Portanto, eu acho que é ter perseverança, é ter dedicação. Obstáculos há sempre, em qualquer área. Mas quando as pessoas acreditam naquilo que fazem, e se dedicam, é possível. É mesmo possível.




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